sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ie ie ie com Banco Central deu samba...

O carnavak carioca poderia ser definido como um estado de espírito, um sopro no ar,ou talvez, um espírito santo que vem a terra e paira entre nós sem que se quer notemos sua presença! mas hoje, sexta-feira de carnaval, de maneira sutil, mas não menos arrebatadora, como uma visão de virgem aos olhos infantis, quase consegui tocá-lo.Completamente entediada com meus pensamentos, todos perpassados por altas taxas de juros, aliquotas, Paloccis e Mantegas, desci, fui até a rua comprar algo que me refrescasse deste calor onde até Camêlo anda passando mal, quando vi senhoras espalhadas pelo supermercado e pelas calçadas, com os cabelos presos com flores, carregando sacolas enfeitadas de paetês e até uma mais atrevidinha assumiu o lado folião e logo encampou uma máscara veneziana em pleno meio-dia.
Voltei para a minha sala fria, um pouco mais aquecida, e logo comecei a me animar. Pensei: puxa, como faz bem ler notícias de que o Banco Central vem baixando nossas taxas de juros Selic e que hj já temos o menor índice de inflação dos últimos anos. Me estranhei.
Foi quando percebi que ao fundo, aquele otimismo financeiro era embalado pela minha melodia predileta, que lá embaixo, não sei ao certo o quanto estaria longe, ecoava, e me fazia vibrar com as cifras de uma economia que se não nos faz rir, ao menos não tem nos dado desgosto: era a mulata bossa nova, que vinha se aproximando...lá no fundo um surdo fortemente batido e o repique de alguns tamborins davam o tom a uma meia dúzia de vozes eufóricas que daqui do 14º se podia ouvir! Quis cair no Haly Galy, mas ainda não era hora! Tudo bem: no final das contas o ie ie ie da mulata Bossa Nova com as manobras rocambolescas do Banco Central deram samba e até me tiraram um sorriso sincero!Abri a janela, mas não consegui avistar nada!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Saia de tule não é tolice



Quando era criança não gostava do carnaval...todo ano minha mãe me fantasiava de bailarinaa e lá iamos nós para o temível baile de carnaval do Clube da Praia Vermelha!!!Um ano me enchi e, então, fiz minha primeira revolução: com uma cartolina prateada fiz um cone e na ponta de um canudo colei uma estrela de papel recoberto por lantejoulas. Pronto: agora eu era uma fada. Mas afora os adereços, de resto, nada havia mudado. Acho que foi aí que aprendi que mais importante que a fantasia,o que faz um bom carnaval é a harmonia.
Hoje sou uma foliã nata, sei de cor todas as marchinhas, entôo o samba da minha escola mais alto que qualquer bamba, passo dias colando paetês e purpurinas, bolando fantasias e buscando harmonia pro meu coração que teima em descompasar!
Enquanto as batidas desse instrumental batem isoladas, vou caprichando na alegoria! Decidi reinventar a fadinha da infância, mas dessa vez sem modéstia, com direito a saia de tule, varinha de condão prateada e asinhas de meia japonesa! Saia de tule não é tolice não...modéstia é bobagem quando se trata de buscar harmonia para um coração folião...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Mais que um desejo...



Tanta espera, o reencontro, o encontro feito, o abraço, os corpos que se juntam, as bocas que se atraem, lânguidos movimentos ritmicamente descompansados em perfeita harmonia, o se entregar ao desejo e depois ao sono que leva, enfim, de volta ao que jamais cessou...um calar de vozes e um despertar na penumbra para a consciência de que o hoje nada mais é que um outro dia depois do ontem que não volta mais, mas que ficará aqui, guardado, eternamente dentro de mim.
Da aflição dos dias em que se lamentava o não esquecer algo que a inconsciência não permitiu que se guardasse na lembrança, passou-se a aflição de não querer lembrar daquilo que a inconsciência jamais deixará esquecer: impossível...já não sou mais o dono de mim!
Perdida entre a sublimação de um desejo não mais silenciado e a exaltação silenciada pelo desejo de esquecer para não mais sublimar o que só cresceu e se arraigou, grito, esperneio, bato os pés como uma criança que mimada pelo dono que a fez sentir o gozo de todo o desejo que ela própria fez brotar, não aceita o castigo de não mais experimentar na pele a ternura e a sofreguidão daquele jeito de sentir prazer.
Da espera do econtro sobrou somente o arrepio na pele e o desejo: meu ponto de referência...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Terapia para medo de voar




O anúncio dizia assim: "TERAPIA PARA MEDO DE VOAR: : Grande índice de sucesso"

Acho que segunda próxima deixo minha analista froidiana e parto atrás dessa sugestão de um canto de página qualquer do Google: se a primeira, com seus títulos, pode diagnosticar o medo, talvez o alçar vôo seja só uma questão de técnica, treino, teimosia e coragem para mudar, sair de traz das pilastras que me separam do mundo e enrfentar a vida sem muretas de proteção...
Acho que segunda deixo Freud e me inicio na terapia Dumontiana, e aí viver será apenas uma questão de boa imaginação...